Fraguimentos da vida
Segue abaixo algumas estrofes de um poema que fala da nossa realidade...
Fraguimentos de um poema
E porque não dissemos nada…
Na primeira noite eles se aproximaram
E roubaram uma flor
Do nosso jardim...
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem: Pisam as flores,
Matam nosso cão...
E não dizemos nada.
Até que um dia
O mais frágil dentre deles
Entra sozinho em nossa casa,
Rouba-nos a luz e,
Conhecendo nosso medo,
Arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.
Eduardo Alves da Costa
E porque não dissemos nada…
Na primeira noite eles se aproximaram
E roubaram uma flor
Do nosso jardim...
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem: Pisam as flores,
Matam nosso cão...
E não dizemos nada.
Até que um dia
O mais frágil dentre deles
Entra sozinho em nossa casa,
Rouba-nos a luz e,
Conhecendo nosso medo,
Arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.
Eduardo Alves da Costa
Resolvi colocar essas estrofes para mostrar que quanto mais falamos, mais resolveremos os problemas do mundo. Mas se ao contrário ficarmos quietos, nada irá mudar, muito pelo contrário, piora ainda mais. Falo isso, pois de uns tempos para cá o metrô está insustentável, dizem que os trens chegam há até 3 minutos, porém isso não acontece e os usuários esperam mais de 5 minutos, sendo que estão na estação final. Gostaria de saber o que impede o metrô de chegar mais rápido. Faz-se essa pergunta aos metroviários eles dizem que a demora acontece na manobra do trem, na espera da ida de outro metrô, chuvas e por aí vai. Mas hoje constatei que infelizmente tudo isso é mentira, fiquei aguardando o metrô na estação Corinthians Itaquera e percebi que o mesmo demorou 6 minutos para chegar após a partida do anterior. O tempo estava bom e não havia empecilhos que ocasionassem a demora. Dessa forma uma usuária começou a reclamar e eu juntei minha voz a dela e dessa forma os trens chegaram mais rápido na segunda via, pois nesta estação há duas vias onde os trens passam. Imagino você se perguntando, como será que milagrosamente isso aconteceu? Eu tenho a resposta, assim que ouviram duas pessoas reclamando do problema o medo de acontecer uma espécie de rebelião, mudou totalmente o rumo das coisas e os metroviários liberaram os trens para saírem e pegarem seus passageiros. Sendo assim devemos utilizar mais nossas vozes para que elas não sejam roubadas. A voz é a nossa maior arma, pena muitos acharem sem importância o que alguns dizem, se todos unissem suas vozes, garanto que muitos problemas seriam solucionados e viveríamos melhor.
Abaixo segue o poema na integra:
No Caminho, com Maiakóvski
Eduardo Alves da Costa
Assim como a criança
humildemente afaga
a imagem do herói,
assim me aproximo de ti, Maiakóvski.
Não importa o que me possa acontecer
por andar ombro a ombro
com um poeta soviético.
Lendo teus versos,
aprendi a ter coragem.
Tu sabes,
conheces melhor do que eu
a velha história.
Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.
Nos dias que correm
a ninguém é dado
repousar a cabeça
alheia ao terror.
Os humildes baixam a cerviz;
e nós, que não temos pacto algum
com os senhores do mundo,
por temor nos calamos.
No silêncio de me quarto
a ousadia me afogueia as faces
e eu fantasio um levante;
mas manhã,
diante do juiz,
talvez meus lábios
calem a verdade
como um foco de germes
capaz de me destruir.
Olho ao redor
e o que vejo
e acabo por repetir
são mentiras.
Mal sabe a criança dizer mãe
e a propaganda lhe destrói a consciência.
A mim, quase me arrastam
pela gola do paletó
à porta do templo
e me pedem que aguarde
até que a Democracia
se digne aparecer no balcão.
Mas eu sei,
porque não estou amedrontado
a ponto de cegar, que ela tem uma espada
a lhe espetar as costelas
e o riso que nos mostra
é uma tênue cortina
lançada sobre os arsenais.
Vamos ao campo
e não os vemos ao nosso lado,
no plantio.
Mas ao tempo da colheita
lá estão
e acabam por nos roubar
até o último grão de trigo.
Dizem-nos que de nós emana o poder
mas sempre o temos contra nós.
Dizem-nos que é preciso
defender nossos lares
mas se nos rebelamos contra a opressão
é sobre nós que marcham os soldados.
E por temor eu me calo,
por temor aceito a condição
de falso democrata
e rotulo meus gestos
com a palavra liberdade,
procurando, num sorriso,
esconder minha dor
diante de meus superiores.
Mas dentro de mim,
com a potência de um milhão de vozes,
o coração grita - MENTIRA!
Abaixo segue o poema na integra:
No Caminho, com Maiakóvski
Eduardo Alves da Costa
Assim como a criança
humildemente afaga
a imagem do herói,
assim me aproximo de ti, Maiakóvski.
Não importa o que me possa acontecer
por andar ombro a ombro
com um poeta soviético.
Lendo teus versos,
aprendi a ter coragem.
Tu sabes,
conheces melhor do que eu
a velha história.
Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.
Nos dias que correm
a ninguém é dado
repousar a cabeça
alheia ao terror.
Os humildes baixam a cerviz;
e nós, que não temos pacto algum
com os senhores do mundo,
por temor nos calamos.
No silêncio de me quarto
a ousadia me afogueia as faces
e eu fantasio um levante;
mas manhã,
diante do juiz,
talvez meus lábios
calem a verdade
como um foco de germes
capaz de me destruir.
Olho ao redor
e o que vejo
e acabo por repetir
são mentiras.
Mal sabe a criança dizer mãe
e a propaganda lhe destrói a consciência.
A mim, quase me arrastam
pela gola do paletó
à porta do templo
e me pedem que aguarde
até que a Democracia
se digne aparecer no balcão.
Mas eu sei,
porque não estou amedrontado
a ponto de cegar, que ela tem uma espada
a lhe espetar as costelas
e o riso que nos mostra
é uma tênue cortina
lançada sobre os arsenais.
Vamos ao campo
e não os vemos ao nosso lado,
no plantio.
Mas ao tempo da colheita
lá estão
e acabam por nos roubar
até o último grão de trigo.
Dizem-nos que de nós emana o poder
mas sempre o temos contra nós.
Dizem-nos que é preciso
defender nossos lares
mas se nos rebelamos contra a opressão
é sobre nós que marcham os soldados.
E por temor eu me calo,
por temor aceito a condição
de falso democrata
e rotulo meus gestos
com a palavra liberdade,
procurando, num sorriso,
esconder minha dor
diante de meus superiores.
Mas dentro de mim,
com a potência de um milhão de vozes,
o coração grita - MENTIRA!
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