Os filhos "pródigos" do Legião Urbana

Por Ana Carolina Izi

Legião a banda do século XX está viva em nossos corações

Desde a morte de Renato Russo, se procura desesperadamente um novo revolucionário com a voz do Brasil. Há aproximadamente dois meses, fui convidada para uma apresentação de rock de uma amiga de trabalho que tem uma banda, a Box 23. Mesmo não apreciando muito o rock, sou sambista de carteirinha, resolvi ver e ouvir o show. O local do Arena Festival Brasil, foi ao lado do antigo teatro Lilian Lemmertz onde fica o Shopping Pompéia Nobre, local onde ocorre diversas apresentações.

Fui com uma amiga que curti rock de qualquer tipo, acabamos por nos atrasar, como boas capricornianas que somos. Assim que chegamos ao local caia uma chuva intensa que não nos impediu de ver de perto o que as bandas nos ofereceriam. Para minha tristeza a banda da minha amiga já havia se apresentado, mas algo interessante aconteceu, entrou uma banda que na primeira impressão qualquer um sairia do salão, entretanto assim que o vocalista da Estação 13 começou a cantar, percebi algo diferente em sua voz e logo depois ele dançou como o Renato Russo, com aqueles trejeitos que só ele sabia fazer. Isso me encantou muito e me lembrou de um tempo que não volta mais, os anos 1980, quando eu passava a madrugada ouvindo um amigo tocar no violão minhas músicas preferidas do Legião. O ápice foi quando ele cantou Daniel na Cova dos Leões, nesse momento pude até acreditar que na minha frente estava a reencarnação do Renato. Até hoje me arrepio. Após o show, o vocalista voltou ao normal e o encantamento acabou. Mais tarde ouvi outra banda que estava com um clip na MTV e percebi que assim que eles contaram essa novidade o publico se dispersou. No final, em conversa com minha amiga que toca baixo na Box 23, ela explicou que eles não gostam de bandinhas de surfistas que tocam na MTV e com isso acabam se achando os melhores. Mesmo com esse interpério, a noite foi agradável e pude rever e saber que as bandas antigas não morreram, apenas deram um tempo para que seus filhos pródigos pudessem mostrar que estavam a altura do que eles foram um dia.